segunda-feira, 2 de abril de 2012

Reggae: Música ou Movimento

Para ser "forrozeiro", "pagodeiro", "funkeiro", ou qualquer coisa do tipo, basta ouvir a música, se possível dançar, frequentar as festas desses estilos, comprar alguns cds ou dvds, talvez, mas nada além disso. Mas pra ser regueiro, regueiro mesmo, é preciso algo mais. Isso por que o reggae traz consigo uma bagagem e uma sabedoria que os estilos comerciais e descartáveis não conseguem desenvolver, pois para serem bem vendidos frente ao público, têm, quase que necessariamente, que ser mais vazios, carentes de sentido, de conteúdo, de sentimento e de sinceridade, para assim chegarem mais facilmente à todas as pessoas, pra ser massificado e, logicamente, gerar lucro. O reggae não necessita desse tipo de apelo. O reggae existe e acontece praticamente independente da mídia de massa, das TV´s, programas de auditório, rádios de grande porte, etc. E quem movimenta o reggae? O regueiro. É o regueiro que faz o reggae acontecer. Embora existam os que só se aproveitam do lado financeiro do reggae, existem ainda aqueles que acreditam de verdade no que o reggae propõe e sentem que, por ser uma coisa boa, fazem algum esforço para construir um movimento mais forte, organizado, maior, pra isso deixando de lado quaisquer egoísmos, interesses e discriminação. Se não for assim, estaremos fadados a viver num mundo onde te empurram pelo ouvido e pela guela lixo musical, surgirão mais centenas de "Luans Santana" até que surja de novo algo tão bonito e sincero feito o reggae. O retorno do Roots Reggae, frente ao reggae eletrônica, partiu de gente que defende e que acredita na música jamaicana da década de 70 e que faz o movimento acontecer. Reggae é música, é entretenimento, mas tambem é movimento.

Canuto

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